domingo, 26 de fevereiro de 2012

Domingueira Poética - As artes de José Heitor


Domingueira Poética
26 / fevereiro / 2012

José Heitor é um ferroviário aposentado de Além Paraíba - MG. Além de
uma bela pessoa, é um grande artista, escultor e poeta.
Suas esculturas de madeira estão espalhadas pelo Brasil e pelo
exterior, onde já fez exposições individuais e participou de mostras
coletivas. Por exemplo, no final da década de 1990 fez uma exposição
individual na Embaixada do Brasil, em Paris, sob as bênçãos de Abdias
Nascimento, ex-Senador, grande expoente e defensor da cultura negra em
nosso país. Ele foi um incentivador e divulgador das artes de José
Heitor.
Em novembro do ano passado, trabalhos do artista alemparaibano foram
incluídos na exposição "Africa-Brasil, Ancestralidade e Expressões
Contemporâneas", realizada aqui no Rio, no Centro Cultural da Justiça
Federal, em homenagem a Abdias.
Compartilho com Vocês o vídeo que me foi encaminhado pelo pesquisador
Plínio Alvim, de Além Paraíba, membro da AFL - Academia Ferroviária de
Letras. Poderão, assim, ouvir o próprio José Heitor falando de suas
obras e apresentando algumas delas, incluídas na exposição.
Para ver / ouvir, cliquem no link abaixo:

http://www.cultne.com.br/video.php?id_video=771

Para completar, aí vai um poema do ferroviário alemparaibano,
publicado no livro "Trilhos & Letras - uma antologia do trem" (Editora
Pandion, Florianópolis - SC, 2010), do qual fui o organizador:

LEOPOLDINA FERROVIAGEM
- José Heitor

João Tavares, bom Foguista,
bota lenha na fornalha,
pois "Bodão", seu Maquinista,
rejeita fogo de palha.

Maquinista, por favor,
abra o regulador
para a entrada de vapor.
Põe o trem em movimento,
da viagem tô sedento,
lá pro Rio de Janeiro,
a distância sai no tempo,
pois o trem corre ligeiro.

Além Paraíba, tchau!
Vamos pra Porto Novo,
do mais belo carnaval,
alegria de um povo.

Paraíba, rio acima,
vamos encontrar mais dois,
há riquezas para rimas,
veremos logo depois.

Cidade abençoada,
sua sorte é tamanha,
Três Rios, toda banhada
não só pelo Piabanha,
também o Paraibuna,
no belo encontro dos três.
Eis aí sua fortuna,
natureza que Deus fez.

Ei, Foguista, bota lenha,
faça fogo na fornalha.
Tô de férias, vou à Penha,
lá no Rio de Janeiro.
A distância não atrapalha
pois o trem corre ligeiro.

Do mal só vem a maldade,
gerando infelicidade,
guerras criando horrores;
De Pedro vem a cidade,
cheirando a felicidade
com seu perfume de flores.

Petrópolis, com certeza,
Turismo na Rua Teresa,
comprar fazendo pechinchas...
Raiz da Serra também
turismo pro nosso trem.
E lá, ninho de Garrinchas...

A "tal" Estação Primeira
do samba é a Mangueira,
a nossa, da Leopoldina,
a famosa "pequenina"
é a primeira sim, senhor,
o marco de sua história,
trilhada com destemor,
no seu passado de glórias.

Vou curtir adrenalina,
bem no alto da colina
ver o Cristo Redentor.
Lá no alto Corcovado...
Pra sentir-me abençoado,
infinito é o seu amor...

x=x=x

Boa "ferroviagem" para Vocês, trilhando as belas artes do José Heitor!
Abraços / beijos,

Victor



Cordel de Antonio Barreto: BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL


Antonio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, Santa Bárbara/Bahia-Brasil. Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente. Graduado em Letras Vernáculas e pós graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.

Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia. Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, tendo publicado aproximadamente 100 folhetos de cordel abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.


Antonio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.


BIG BROTHER BRASIL UM PROGRAMA IMBECIL.

Autor: Antonio Barreto

> Curtir o Pedro Bial
> E sentir tanta alegria
> É sinal de que você
> O mau-gosto aprecia
> Dá valor ao que é banal
> É preguiçoso mental
> E adora baixaria.
>
> Há muito tempo não vejo
> Um programa tão 'fuleiro'
> Produzido pela Globo
> Visando Ibope e dinheiro
> Que além de alienar
> Vai por certo atrofiar
> A mente do brasileiro.
>
> Me refiro ao brasileiro
> Que está em formação
> E precisa evoluir
> Através da Educação
> Mas se torna um refém
> Iletrado, 'zé-ninguém'
> Um escravo da ilusão.
>
> Em frente à televisão
> Longe da realidade
> Onde a bobagem fervilha
> Não sabendo essa gente
> Desprovida e inocente
> Desta enorme 'armadilha'.
>
> Cuidado, Pedro Bial
> Chega de esculhambação
> Respeite o trabalhador
> Dessa sofrida Nação
> Deixe de chamar de heróis
> Essas girls e esses boys
> Que têm cara de bundão.
>
> O seu pai e a sua mãe,
> Querido Pedro Bial,
> São verdadeiros heróis
> E merecem nosso aval
> Pois tiveram que lutar
> Pra manter e te educar
> Com esforço especial.
>
> Muitos já se sentem mal
> Com seu discurso vazio.
> Pessoas inteligentes
> Se enchem de calafrio
> Porque quando você fala
> A sua palavra é bala
> A ferir o nosso brio.
>
> Um país como Brasil
> Carente de educação
> Precisa de gente grande
> Para dar boa lição
> Mas você na rede Globo
> Faz esse papel de bobo
> Enganando a Nação.
>
> Respeite, Pedro Bienal
> Nosso povo brasileiro
> Que acorda de madrugada
> E trabalha o dia inteiro
> Da muito duro, anda rouco
> Paga impostos, ganha pouco:
> Povo HERÓI, povo guerreiro.
>
> Enquanto a sociedade
> Neste momento atual
> Se preocupa com a crise
> Econômica e social
>
> Você precisa entender
> Que queremos aprender
> Algo sério - não banal.
>
> Esse programa da Globo
> Vem nos mostrar sem engano
> Que tudo que ali ocorre
> Parece um zoológico humano
> Onde impera a esperteza
> A malandragem, a baixeza:
> Um cenário sub-humano.
>
> A moral e a inteligência
> Não são mais valorizadas.
> Os "heróis" protagonizam
> Um mundo de palhaçadas
> Sem critério e sem ética
> Em que vaidade e estética
> São muito mais que louvadas.
>
> Não se vê força poética
> Nem projeto educativo.
> Um mar de vulgaridade
> Já tornou-se imperativo.
> O que se vê realmente
> É um programa deprimente
> Sem nenhum objetivo.
>
> Talvez haja objetivo
> "professor", Pedro Bial
> O que vocês tão querendo
> É injetar o banal
> Deseducando o Brasil
> Nesse Big Brother vil
> De lavagem cerebral.
>
> Isso é um desserviço
> Mal exemplo à juventude
> Que precisa de esperança
> Educação e atitude
> Porém a mediocridade
> Unida à banalidade
> Faz com que ninguém estude.
>
> É grande o constrangimento
> De pessoas confinadas
> Num espaço luxuoso
> Curtindo todas baladas:
> Corpos "belos" na piscina
> A gastar adrenalina:
> Nesse mar de palhaçadas.
>
> Se a intenção da Globo
> É de nos "emburrecer"
> Deixando o povo demente
> Refém do seu poder:
> Pois saiba que a exceção
> (Amantes da educação)
> Vai contestar a valer.
>
> A você, Pedro Bial
> Um mercador da ilusão
> Junto a poderosa Globo
> Que conduz nossa Nação
> Eu lhe peço esse favor:
> Reflita no seu labor
> E escute seu coração.
>
> E vocês caros irmãos
> Que estão nessa cegueira
> Não façam mais ligações
> Apoiando essa besteira.
> Não deem sua grana à Globo
> Isso é papel de bobo:
> Fujam dessa baboseira.
>
> E quando chegar ao fim
> Desse Big Brother vil
> Que em nada contribui
> Para o povo varonil
> Ninguém vai sentir saudade:
> Quem lucra é a sociedade
> Do nosso querido Brasil.
>
> E saiba, caro leitor
> Que nós somos os culpados
>
> Porque sai do nosso bolso
> Esses milhões desejados
> Que são ligações diárias
> Bastante desnecessárias
> Pra esses desocupados.
>
> A loja do BBB
> Vendendo só porcaria
> Enganando muita gente
> Que logo se contagia
> Com tanta futilidade
> Um mar de vulgaridade
> Que nunca terá valia.
>
> Chega de vulgaridade
> E apelo sexual.
> Não somos só futebol,
> baixaria e carnaval.
> Queremos Educação
> E também evolução
> No mundo espiritual.
>
> Cadê a cidadania
> Dos nossos educadores
> Dos alunos, dos políticos
> Poetas, trabalhadores?
> Seremos sempre enganados
> e vamos ficar calados
> diante de enganadores?
>
> Barreto termina assim
> Alertando ao Bial:
> Reveja logo esse equívoco
> Reaja à força do mal.
> Eleve o seu coração
> Tomando uma decisão
> Ou então: siga, animal.
>
>




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