quinta-feira, 14 de julho de 2016

A SETE DIAS, SETE ENCRUZILHADAS DO LANÇAMENTO DE "POÉTICA NA INCORPORAÇÃO", DE IGOR FAGUNDES







Em que encruzilhada Maria Bethânia e José Inácio Vieira de Melo se encontram no novo livro de Igor Fagundes?


Ele, o sertão na poesia.
Ela, o rio, a chuva e o mar em seus discos que cantam as águas.


Ele, um Ulisses rumando a uma Ítaca no interior da Bahia.
Ela, o canto das sereias no Porto Inseguro das baías.


Ele, o poeta que canta a odisseia pelo humano.
Ela, a arte da musa, a música, o sagrado se fazendo mundano.


Ele, o sertão se ofertando miragem do terreiro.
Ela, o rio, a chuva e o mar se chamando Oxum, Iansã, Iemanjá.


Ele, um José Inácio, ignácio, no ígneo de Exu.
Ela, uma Maria Bethânia, Mulambo, Farrapo, Padilha 
dando passagem aos orixás.


Ele sou eu, no terreiro-sertão, possuído por
Ela, a entidade, o ente que revela o Ser.


Entre ele e ela, o Ocidente entrará em transe.
Outros poetas e línguas, todos os deuses estarão em trânsito.



Vem ai, Poética na incorporação: Maria Bethânia, José Inácio Vieira de Melo e o Ocidente na encruzilhada de Exu. Um livro de Igor Fagundes.
Uma publicação da Editora Penalux. Lançamento 20 de julho do livro e filme, no Centro Cultural Justiça Federal, Av. Rio Branco, 241, Rio de Janeiro, das 18h às 21h.

Deixo com vocês uma canção na voz de Maria Bethânia, transformada neste livro em diálogo entre ela e José Inácio Vieira de Melo: "Eu que não sei quase nada do mar"


MARIA BETHÂNIA
Garimpeira da beleza te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer.

JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO 
Eu que não sei quase nada do mar
descobri que não sei nada de mim

OS DOIS JUNTOS
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão

JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
Me agarrei em seus cabelos, sua boca quente pra não me afogar 
Tua língua correnteza lambe minhas pernas como faz o mar

MARIA BETHÂNIA
E vem me bebendo toda me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou esquecer

JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO
Eu que não sei quase nada do mar
descobri que não sei nada de mim

OS DOIS JUNTOS
Clara noite rara nos levando além da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos na escuridão




IGOR FAGUNDES
Poeta, ensaísta, ator e Doutor em Poética - UFRJ
Professor Adjunto da UFRJ
Coordenador do Curso de Bacharelado em Teoria da Dança - UFRJ
Coordenador do NuNada - Núcleo Interdisciplinar de Filosofia, Poética e Corporeidade - UFRJ
Coordenador da Rede Poética - Grupo Interinstitucional de Pesquisas em Arte e Filosofia




Nenhum comentário: